De certa
forma, criticar o comércio de Simões Filho é fácil. Os críticos não se
arriscam, e ainda ganham momentânea notoriedade criticando o empresariado local
que, corajosamente, decide empreender em uma cidade que pouco valoriza seu
comércio.
O
entendimento geral é de que a prestação de serviços e o atendimento no comércio
local é o pior que um cliente pode encontrar em toda a Região Metropolitana da
capital baiana – Salvador.
O cidadão
simõesfilhense costuma ser indiferente às dificuldades do empresariado local e
a cobrança pelo bom atendimento é constante, uma vez que os shoppings da capital
estão a alguns minutos de distância percorridos em confortáveis automóveis ou
até mesmo sufocantes ônibus coletivos.
Mas, às
vezes, é preciso encarar o fato de que quando menos esperamos, somos
surpreendidos por atendimentos que nos impactam pela simplicidade, pelo carinho
e pela dedicação.
Ontem,
decidi comprar umas quentinhas para almoçar com minha filha, em casa.
E o local que busquei comprar foi num restaurante próximo de casa, no Vida Nova, chamado DI MAINHA.
A atendente,
com uma atenção incomum, me passou, pacientemente, todas as informações sobre
seu cardápio e que não fornecia as tais quentinhas, mas que tinha uma forma de
venda diferente na qual o almoço que seria servido à mesa, era embalado para
viagem com um pequeno custo adicional.
Mesmo com
pressa, fui facilmente convencido a aceitar a oferta e ainda pedi alguns adicionais:
refrigerante e uma cerveja.
Recebi a
sacolinha com os pedidos e efetuei o pagamento.
No curto
percurso para casa, fui pensando em registrar, de alguma forma, o bom
atendimento que recebi naquele singelo restaurante, perto de casa.
Quando abri,
a embalagem junto com minha filha, vi uma anotação feita com caneta
esferográfica nas tampas das quentinhas, onde se lia: “Di mainha Agradece! Comida
Baiana, Bom Apetite!”
A anotação
estava ornada com um coração em duas cores, azul e vermelho.
A mensagem,
simples, informativa e atenciosa, para mim, foi um demonstrativo de que além do
atendimento dedicado da atendente, havia uma preocupação em prolongar a
lembrança do cliente em relação ao restaurante.
Sempre ouvi
reclamações sobre a má qualidade do atendimento no comércio local, mas o
atendimento no Di Mainha, ontem, me chamou a atenção.
Como jornalista, me sinto na obrigação de registrar bons exemplos como este, que não me ocorreu em uma restaurante de luxo e nem foi dado por um garçom vestido a caráter.
Isso só
prova que há um caminho para a evolução no atendimento do comércio de Simões
Filho.
E esse
caminho, não necessariamente envolve altos investimentos e sim, dedicação.
De uma coisa tenho certeza: voltarei ao Di Mainha e com muita fome.